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Preservação Ambiental

Faep/UMC e parcerias reforçam ações para conservar a Mata Atlântica

Pesquisadores desenvolvem trabalhos para trazer de volta a vida natural de espécies ameaçadas de extinção, como o sagui-da-serra-escuro

Especial AGFE
14/04/2022 às 15:33.
Atualizado em 16/04/2022 às 13:52

Trabalhos mostram importância de manter vegetação nativa para garantir, por exemplo, produtividade agrícola (Divulgação UMC)

O município de Mogi das Cruzes está localizado na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, onde é possível encontrar diversas áreas representativas de Mata Atlântica, tanto na Serra do Mar quanto na Serra do Itapeti. Atualmente, vêm sendo feitos esforços para a recuperação natural de áreas de vegetação nativa, onde plantações de eucalipto colocaram em risco o bioma natural. Pesquisadores têm desenvolvido trabalhos com o intuito de trazer de volta a vida natural de diversas espécies endêmicas ameaçadas de extinção, como é o caso do sagui-da-serra-escuro ou sagui-caveirinha, além de pesquisas sobre insetos sociais e educação ambiental.

A professora Maria Santina, coordenadora do Núcleo de Ciências Ambientais (NCA) e do Laboratório de Mirmecologia do Alto Tietê (Lamat), ambos da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), destaca que suas pesquisas têm mostrado a diversidade de espécies de formigas e abelhas nativas em áreas de mata e cultivos.

“Esforços têm sido feitos pela Faep (Fundação de Amparo ao Ensino e Pesquisa), UMC e entidades parceiras, como Instituto Ecofuturo e o Centro de Referência Socioambiental da Mata Atlântica (Kimberly-Clark), para incentivar nossos alunos de graduação e pós-graduação, fornecendo bolsas e estágios remunerados na área de pesquisa ambiental”, revela a professora Maria Santina. “Neste ano, temos de 11 bolsas oferecidas pelo Instituto Ecofuturo e Kimberly-Clark a alunos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, Biologia e Pedagogia”.

No caso da Biologia, os trabalhos são realizados por um grupo de pesquisadores alocados no NCA/UMC que, ao orientar projetos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, ajuda a buscar alternativas sustentáveis para a conservação da vegetação nativa na Região do Alto Tietê.

Dentre as pesquisas em andamento, figura o trabalho de Samantha Marx de Castro. Em recente defesa da dissertação de mestrado, ela apontou o registro de 34 espécies de abelhas nativas, ainda não catalogadas para a Região do Alto Tietê. “Sabemos que abelhas são os principais polinizadores de plantas nativas ou de interesse econômico, o que mostra a importância da conservação da diversidade destes insetos para uma região que é um importante centro de produção de hortaliças”, explica Samantha.

Nesse mesmo caminho, Victor Nagatani constatou que as “Solenopsis invicta”, conhecidas como formigas-de-fogo, vêm ocorrendo com maior frequência nas áreas de cultivo devido ao tipo de manejo do solo praticado. Essa formiga “causa sérios problemas de saúde e econômicos aos agricultores”, conforme alerta constante dos dados revelados na pesquisa de Nagatani.

“Os trabalhos desses alunos destacam a importância da manutenção das áreas de vegetação nativa para que a economia do Alto Tietê, baseada na agricultura, possa continuar a gerar frutos”, pontua a professora Maria Santina.

Já nas pesquisas feitas por Nathalia Sampaio da Silva, aluna de doutorado, “é possível observar o desenvolvimento de uma técnica, baseada na raridade de espécies de formigas, que permite indicar com mais precisão as áreas de vegetação nativa que devem ser conservadas”. As formigas são um grupo considerado “engenheiro de ecossistema”, ou seja, há importantes serviços ambientais associados a estes insetos. “Eles são responsáveis pela perfuração do solo, que possibilita a percolação da água e de nutrientes, polinização, controle natural de pragas”, detalha.

Por isso, conservar áreas de vegetação nativa é fundamental para a manutenção de diversos serviços ecossistêmicos que são essenciais para os seres humanos, como conclui Maria Santina, também professora do Curso de Ciências Biológicas da UMC.

Você sabia?

A Mata Atlântica brasileira cobre mais de 1,3 milhões de quilômetros quadrados (km²), o correspondente a quase 15% de território nacional. Abrigando mais de 70% da população, a área de abrangência da Mata Atlântica atinge 17 estados e sete das nove maiores bacias hidrográficas.

Esse bioma é um dos hotspots mundiais porque apresenta elevada biodiversidade e níveis de endemismo (por exemplo, palmeira juçara e sagui-da-serra-escuro), mas, ao mesmo tempo, um dos mais fragmentados e urbanizados. A soma de todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares representa apenas 12,5% da floresta original, tornando-se um dos biomas brasileiros mais ameaçados.

UMC na AGFE

A UMC é uma das 22 grandes empresas integrantes da Agência de Fomento Empresarial (AGFE). A universidade tem papel fundamental em pilares da entidade, como os de promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer os laços com a comunidade,  além de oferecer qualificação profissional para fazer a economia avançar em Mogi das Cruzes, gerando empregos, oportunidades de negócios e maior arrecadação para a cidade. 

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