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CHUVAS

Risco de desabamento provoca retirada de 80 famílias em Minas

A cidade de Ouro Preto, onde um morro deslizou e soterrou um casarão na quinta-feira (13), tem mais problemas, no bairro do Taquaral, em razão das fortes chuvas

Agência O Globo
14/01/2022 às 15:25.
Atualizado em 14/01/2022 às 15:25

Ruas do Bairro Taquaral, em Ouro Preto, correm risco de deslizamento (Divulgação/Bombeiros)

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CHUVAS

Risco de desabamento provoca retirada de 80 famílias em Minas

A cidade de Ouro Preto, onde um morro deslizou e soterrou um casarão na quinta-feira (13), tem mais problemas, no bairro do Taquaral, em razão das fortes chuvas

Agência O Globo
14/01/2022 às 15:25.
Atualizado em 14/01/2022 às 15:25

Ruas do Bairro Taquaral, em Ouro Preto, correm risco de deslizamento (Divulgação/Bombeiros)

O risco de desabamento fez com que 80 famílias fossem retiradas  de suas casas no bairro Taquaral, em Ouro Preto, na manhã desta sexta-feira (14). O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Minas Gerais estão com equipes no local para dar orientações sobre o perigo gerado após a chuva dos últimos dias. O local já havia passado por vistoria na quinta-feira (13).

O coordenador da Defesa Civil do município, Neri Moutinho, informou que as famílias retiradas ficarão em abrigos ou receberão aluguel social. Mas há aquelas que preferem se restabelecer por conta própria.

"Os bombeiros de Ouro Preto estão neste momento auxiliando a Defesa Civil a evacuar 80 famílias de suas residências no bairro Taquaral. Nossas equipes estão orientando essas pessoas que estão em área de risco geológico gerado após a chuva dos últimos dias", informou o Corpo de Bombeiros, por meio de nota.

Outras 25 famílias já haviam sido retiradas do local nesta terça-feira, também por risco de deslizamento. As ruas do bairro, que fica em uma encosta, apresentam rachaduras.

Nesta quinta-feira, um deslizamento de terra na cidade mineira destruiu casas. Imagens feitas por populares mostram o momento em que parte do Morro da Forca desaba no centro histórico do município mesmo sem chuva.

Dois imóveis históricos e tombados foram atingidos. De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), um deles é um casarão do século XIX, pertence à prefeitura de Ouro Preto, que estava interditado desde 2012. Nao houve vítimas.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 8h30 de ontem para realizar uma vistoria no local. O colapso ocorreu por volta das 9h10. Após o desabamento, o local foi isolado. Moradores da região também foram retirados de suas casas.

Pouco antes do deslizamento, o coordenador da Defesa Civil do município, Neri Moutinho, pediu que a população não transitasse naquela área, que havia sido interditada.

BR -381 –Minas Gerais
A BR-381 foi interditada nesta sexta-feira depois que um barranco deslizou e a pista cedeu, em Nova Era, Minas Gerais. Imagens feitas por caminhoneiros no local mostram que o deslocamento da encosta fez o asfalto trincar e provocou uma ondulação que inviabiliza a passagem.
A rodovia está interditada nos dois sentidos, na altura do Restaurante Sibiri, localizado na beira da estrada.

— Tudo parado, desbarrancou aí, a pista cedeu, não passa nada. A pista está fechada nos dois sentidos, tanto para o Vale do Aço quanto para Belo Horizonte — disse um motorista, em vídeo compartilhado nas redes sociais.

Até o momento não há informações de que o problema na pista tenha causado feridos.

 No Pará
A cidade de Marabá, no interior do Pará, foi atingida por fortes chuvas nos últimos dias. Parte do município ficou submersa e o abastecimento de energia elétrica foi cortado. Cerca de 1.700 famílias estão desabrigadas. Os bairros afetados pela interrupção do fornecimento de eletricidade foram Vale do Itacaiunas, Filadélfia e na Folha 33, segundo a Equatorial, concessionária que distribui eletricidade no Pará. 

A interrupção do fornecimento de energia aos bairros atingidos pela enchente foi um pedido da Defesa Civil da região. Em alguns trechos da cidade, só é possível atravessar de canoa ou bote. Nas últimas 12 horas, o Rio Tocantins subiu 9 cm. 

Ao todo, o rio está marcando 12 metros e 36 centímetros. Nos meses de janeiro e fevereiro, é comum que o nível do rio Tocantins e do afluente Itacaiúna aumente, mas neste mês está chegando a 13 metros acima da média, deixando casas com água até o telhado e carros submersos nas regiões mais críticas. A Defesa Civil pede para que as famílias afetadas não esperem a água baixar, mas que saiam das casas alagadas e busquem abrigo em outro lugar.


No Maranhão
A chuva que atinge o Maranhão desde a última semana além de afetar os moradores de várias regiões também impõe um drama aos animais dos locais atingidos. Em um vídeo que circula nas redes sociais, gatos estão ilhados sobre telhados de casas invadidas pela água há 15 dias, onde deixou centenas de famílias desabrigadas na cidade de Imperatriz. Transporte só é possível através de embarcações.

—  A gente está fazendo o que pode com eles. Eu tenho oito gatos. Uma está comigo com cinco gatinhos filhotes. Eu a trouxe porque os gatinhos poderiam cair e morrer afogados. Também tenho cinco cães, mas uma colega conseguiu que eu colocasse eles na casa dela. Até procurei uma ONG que pudesse resgatar eles pra mim — contou Flávia Sousa, moradora da região.

Ainda na tarde de quinta-feira, os moradores que passavam pelo local podiam observar vários desses animais, presos no teto de uma casa praticamente submersa. O resgate só é possível por alguém em um barco. 
— A minha casa está praticamente com a água no teto. Estou até com medo do rio encher mais e ficar submersa e eles [os gatos] não terem onde se abrigar — lamentou Flávia, que é vendedora ambulante. 

Os desabrigados estão sendo alojados em escolas, igrejas e quadras de esporte do munícipio. A região, localizada às margens do Rio Tocantins e distante 629,5 km da capital, São Luís, é a segunda maior cidade do Estado, e a mais afetada pela cheia do rio, que apresentou nível de quase 10 metros, de acordo com a régua no Porto das Balsas, localizado na Beira Rio, o que obrigou a realocação de 256 famílias. 

— A gente já tem o costume de passar por essa situação. Só que esse ano, o rio veio com muita força. Ele desabrigou. Foi muito rápido — afirmou a moradora que buscou abrigo em outra região.

Segundo o Corpo de Bombeiros, já são 1.103 famílias desabrigadas e desalojadas devido as fortes chuvas e cheias dos rios. Ainda de acordo com a corporação, além de Imperatriz outras cidades também tiveram situação de emergência decretadas: Mirador, Grajaú, Barra do Corda, Jatobá, Paraibano e Formosa da Serra Negra.

Equipes do 3º BBM (Imperatriz) têm garantido assistência humanitária às vítimas e dado continuidade ao trabalho de retirada de pessoas dos locais de risco após o Rio Tocantins apresentar elevação de mais de três metros acima da cota de inundação.

— Todo o trabalho é no sentido de auxiliar essas famílias neste momento de dificuldades e evitar que haja riscos maiores. Nós prosseguimos com a distribuição dos alimentos aos que precisam, monitorando as áreas de forma contínua e fazendo os deslocamentos necessários, enquanto o nível dos rios não volta ao normal. O Corpo de Bombeiros está atuando para que as famílias atingidas possam levar uma vida normal, apesar dos problemas causados por esse período de chuvas — pontuou o major do Corpo de Bombeiros, José Lisboa.

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