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NOVO GOVERNO

O que você precisa saber sobre os ministros anunciados por Lula

Haddad, Múcio, Rui Costa, Dino e Mauro Vieira: presidente eleito anunciou nomes à frente da Fazenda, Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa e Relações Exteriores; petista prometeu divulgar novos ministros na próxima semana

Agência O Globo
09/12/2022 às 16:17.
Atualizado em 09/12/2022 às 16:19

(Foto: Reprodução)

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O que você precisa saber sobre os ministros anunciados por Lula

Haddad, Múcio, Rui Costa, Dino e Mauro Vieira: presidente eleito anunciou nomes à frente da Fazenda, Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa e Relações Exteriores; petista prometeu divulgar novos ministros na próxima semana

Agência O Globo
09/12/2022 às 16:17.
Atualizado em 09/12/2022 às 16:19

(Foto: Reprodução)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira os nomes dos primeiros ministros de seu governo. O petista confirmou o ex-ministro Fernando Haddad (PT) para o comando do Ministério da Fazenda, o governador da Bahia Rui Costa (PT) para a Casa Civil, o senador eleito Flávio Dino (PSB), ficará na Justiça e Segurança Pública, e José Múcio Monteiro, que não tem filiação partidária, na Defesa. O ex-chanceler no governo Dilma Mauro Vieira foi chefiará o Itamaraty.

Lula decidiu antecipar o anúncio da primeira leva de ministros. Na semana passada, o presidente eleito afirmou que só revelaria o nome dos primeiros auxiliares após a cerimônia de diplomação, marcada para segunda-feira.

— Tomei a decisão de apresentar alguns ministros e semana que vem eu apresentarei mais um pouco de ministros, e depois apresentarei mais — afirmou Lula. — Possivelmente no domingo eu vou ter uma conversa ara definir quantos ministérios nós vamos ter, quais secretarias vamos ter. Na segunda-feira, depois da diplomação, eu vou tratar de terminar a montagem do nosso governo

Saiba mais sobre os escolhidos:

Quem é Fernando Haddad - Fazenda

“O mais tucano dos petistas.” É assim que Fernando Haddad foi chamado durante muito tempo nas fileiras do próprio partido, à medida em que a atuação do advogado, professor de ciência política, mestre em Economia e doutor em Filosofia ganhava protagonismo. A forma pela qual ele fala sobre questões nacionais e o perfil intelectualizado fez de Haddad, segundo lideranças do PT, um nome com potencial de ampliar o arco de apoio da legenda — como a classe média paulistana.

Derrotado nas eleições presidenciais de 2018 e neste ano para o governo paulista, a trajetória política de Haddad é marcada também por uma longa passagem pelo Ministério da Educação, entre 2005 e 2012, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, e pela prefeitura de São Paulo (2013-2017).

O paulistano nasceu no dia do aniversário da cidade, em 25 de janeiro de 1963. Seu pai emigrou do Líbano em 1947 e se estabeleceu no novo país como comerciante atacadista do setor têxtil.

Em 1981, aos 18 anos, ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na Universidade de São Paulo (USP). Em 1988, aos 25 anos, casou-se com a dentista paulistana Ana Estela Haddad.

A trajetória dele se cruzou com a política no terceiro ano da faculdade, quando assumiu a presidência do tradicional Centro Acadêmico XI de Agosto em 1984, em plena mobilização das Diretas Já. Na mesma época, filiou-se ao PT. Depois de concluir o curso de Direito, Haddad fez mestrado em Economia, também pela USP.

Quem é José Múcio Monteiro - Defesa

Múcio é considerado alguém capaz de trafegar com facilidade em temas espinhosos, transita entre petistas, bolsonaristas e militares. Com experiência de uma vida dedicada à política, tem boa interlocução com partidos e conhece bem a máquina administrativa federal.

Ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Múcio assumiu seu primeiro cargo público em 1975, quando se tornou vice-prefeito de Rio Formoso (PE). Na época, era filiado à Arena, partido que dava sustentação à ditadura militar no país. Foi eleito cinco vezes deputado federal, a primeira em 1990, e passou 16 anos na Câmara. Era líder do PTB quando ocorreu o escândalo do mensalão, detonado pelo então presidente de seu partido, Roberto Jefferson, em 2005, no primeiro governo Lula. O esquema envolvia o pagamento de propina a parlamentares em troca de fidelidade ao governo nas votações do Congresso.

Jefferson o havia colocado em maus lençóis diante do Conselho de Ética da Câmara ao afirmar que a bancada do PTB tinha discutido e rejeitado a proposta de mesada feita pelo governo petista. Ao colegiado, Múcio negou ter recebido qualquer oferta de dinheiro e disse ter ouvido falar de “mensalão” pela primeira vez em 2004: “A partir de então os comentários começaram a reverberar com mais frequência”.

Pernambucano como Lula, Múcio se tornou um dos parlamentares mais próximos ao então presidente da República. O estilo moderado e conciliador o credenciou para ocupar o posto de líder do governo na Câmara em 2007 e, na sequência, a assumir o cargo de ministro das Relações Institucionais, responsável por fazer a interlocução com o Congresso.

Quem é Rui Costa - Casa Civil

O atual governador da Bahia é considerado um “tocador de obra” e fechará o segundo mandato com 85% da aprovação da população. Com estilo centralizador, tem como característica ser rígido com prazos, resultados e sempre busca saber detalhes dos projetos tocados pelos secretários, perfil que o fez ser conhecido como “Rui Correria” pelos subordinados. Segundo petistas, são características que o credenciam para o cargo.

Mais conhecido pelo perfil de gestor do que pela habilidade política, Costa tem como padrinho político o senador Jaques Wagner (PT-BA), um dos parlamentares mais próximos de Lula. Costa foi secretário de Wagner em duas ocasiões.

Nascido em Salvador, o economista é filiado ao PT desde 1982, foi eleito vereador em 2004. No primeiro governo de Jaques Wagner na Bahia, assumiu a Secretaria de Relações Institucionais em 2007.

Foi eleito deputado federal da Bahia em 2010. Dois anos depois, licenciou-se para assumir o comando da Casa Civil no segundo mandato de Wagner. O cargo o cacifou para disputar o governo do Estado em 2014. Quatro anos depois, foi reeleito em primeiro turno com 76% dos votos.

Quem é Flávio Dino - Justiça e Segurança Pública

Senador eleito em outubro, Dino, de 64 anos, já constava como o favorito para assumir a pasta da Justiça e Segurança Pública. Ex-governador do Maranhão, ele está na coordenação do grupo técnico que discute temas relacionados à área na equipe de transição. Uma das principais medidas anunciadas como prioritária será a revogação de decretos de Jair Bolsonaro que flexibilizaram a compra e a posse de armas no país.

Filiado ao PT em 1987, Dino iniciou a carreira política no movimento estudantil maranhense. Aos 26, se tornou juiz federal do Maranhão e Distrito Federal e chegou a presidir a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Mais tarde, foi professor de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Em 2005, atuou como secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No ano seguinte, se filiou ao PCdoB, partido no qual permaneceu por 15 anos, até migrar para o PSB no ano passado.

No mesmo ano em que se filiou ao PCdoB, Dino se elegeu para uma vaga na Câmara dos Deputados. Com dois anos de mandato, disputou o cargo de prefeito de São Luís nas eleições municipais de 2008, sem sucesso.

Em 2011, durante o governo de Dilma Rousseff, assumiu a presidência da Embratur, com a promessa de aumentar o fluxo de turistas estrangeiros no Brasil, diante de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016. Em 2014, contudo, deixou o cargo para concorrer ao governo do Maranhão. Foi eleito com mais de 60% dos votos, vencendo o adversário do PMDB, Lobão Filho. Sua gestão foi marcada por ações na Educação do estado, com investimentos na reforma de escolas e em medidas contra o analfabetismo.

Dino foi reeleito governador em 2018, ao disputar a vaga com Roseana Sarney, filha de José Sarney, poderoso cacique do estado. Dino foi um dos principais políticos que fizeram oposição à família Sarney no Maranhão. Ele chegou a ser citado na delação de um empreiteiro da Odebrecht durante a Lava Jato. Em 2017, José Carvalho Filho disse que Dino teria pedido R$ 400 mil para defender pautas de interesse da construtora no Congresso, enquanto era deputado. Pai de três filhos e autor de diversos livros sobre Direito, deixará a vaga no Senado para sua primeira suplente, Ana Paula Lobato (PDT), vice-prefeita do município de Pinheiro.

Quem é Mauro Vieira - Relações Exteriores

Ex-embaixador em Washington, Vieira é diplomata de carreira e formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Tendo ocupado alguns dos principais postos no exterior, como a embaixada na Argentina, em Washington e a representação do Brasil nas Nações Unidas, em Nova York, Vieira é um dos mais experientes diplomatas em atuação.

Atualmente, ele é embaixador na Croácia, considerado um posto de menor importância — mesmo destino de diversos diplomatas que ocuparam cargos de destaque nas administrações petistas. Vieria foi ministro das Relações Internacionais durante o segundo mandato de Dilma Rousseff, entre janeiro de 2014 e maio de 2016, quando ela sofreu impeachment.

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