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CRISE

Governador diz que Rio-Santos tem trechos que podem 'não existir mais'

Em São Sebastião, Lula se comprometeu com construção de moradias e recuperação da rodovia

Agência O Globo
20/02/2023 às 18:01.
Atualizado em 20/02/2023 às 18:07

Imagens aéreas mostram estrada bloqueada na região de São Sebastião (SP) (Foto: reprodução / TV Globo)

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CRISE

Governador diz que Rio-Santos tem trechos que podem 'não existir mais'

Em São Sebastião, Lula se comprometeu com construção de moradias e recuperação da rodovia

Agência O Globo
20/02/2023 às 18:01.
Atualizado em 20/02/2023 às 18:07

Imagens aéreas mostram estrada bloqueada na região de São Sebastião (SP) (Foto: reprodução / TV Globo)

Depois de sobrevoar as regiões mais afetadas pelas chuvas no Litoral Norte paulista, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o governo federal vai ajudar na recuperação da Rio-Santos e na construção de moradias em lugares adequados para as pessoas que perderam suas casas nas tempestades. Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a gestão estadual trabalha desde a madrugada para liberar os bloqueios nas estradas. Foram dez pontos de bloqueio localizados apenas na Rio-Santos, alguns de grande extensão e outros que não é possível nem saber exatamente o que sobrou, disse ele.

— É um volume de terra tão grande que se deslocou em uma extensão tão grande que a gente até levanta a hipótese de a rodovia ter sido arrastada junto e não existir mais — afirmou ele.

Segundo o governo de São Paulo, as fortes chuvas causaram pelo menos 37 mortes. Foram confirmadas 36 em São Sebastião, pelo menos 31 em Barra do Sahy, duas em Juquehy, uma em Camburi e uma em Boiçucanga. Em Ubatuba, uma menina de 7 anos morreu com deslizamento de uma pedra de 2 toneladas. Há, até agora, mais de 1.730 desalojados e 766 desabrigados, além de 40 desaparecidos.

Ao lado de Tarcísio e do prefeito de São Sebastião, o tucano Felipe Augusto, Lula aproveitou para destacar que uma ação conjunta é possível, sim, mesmo com políticos de partidos e ideologias diferentes.

— Queria mostrar para vocês uma cena que há muito tempo vocês não viam no brasil: um governador, um presidente e um prefeito sentados numa mesa, ou na frente do microfone, em função de uma coisa comum e que atinge a todos nós — discursou o presidente em coletiva de imprensa, em São Sebastião (SP). — O bem comum do povo é muito mais importante do que qualquer divergência que a gente possa ter — completou o petista, acrescentando que a "fotografia" dos três juntos, lado a lado, é boa para o país.

O presidente ainda assumiu o compromisso junto ao governo de São Paulo e à prefeitura de São Sebastião de ajudar na recuperação da Rio-Santos, que afirmou ser importante para o "Brasil, São Paulo e toda a orla marítima do Brasil". A estrada foi destruída pelos deslizamentos de terra e está com vários trechos interditados.

Outra prioridade do governo federal, de acordo com o presidente, será a construção de moradias em locais seguros, a fim de evitar novos deslizamentos e mortes.

— Vejo na televisão lugares em que houve desabamento e que já se passaram cinco, seis, sete anos e ainda não foi resolvido o problema habitacional. Desta vez, prefeito, você vai ter certeza de que os problemas da construção de casas para as pessoas que perderam as suas casas vai acontecer de verdade — garantiu o presidente. — Por isso, queria que você (prefeito) pensasse um lugar seguro para que a gente pudesse começar a reconstruir a moradia do povo de São Sebastião.

O governador de São Paulo começou sua fala na coletiva agradecendo a Lula, cuja presença, diz ele, dá "amparo e conforto" num momento em que é preciso trabalhar em "regime de cooperação". Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio é um crítico do governo federal.

O objetivo da gestão estadual é tentar liberar o acesso no sentido da Tamoios, para que os turistas possam retornar às suas cidades com segurança.

— Conseguimos liberar o bloqueio de Toque-Toque, já estamos chegando a Maresias. A ideia é liberar hoje até Barra do Sahy na direção Norte, para que possamos acessar a Tamoios — disse Tarcísio. — A grande via de deslocamento será Rio-Santos e Tamoios. A recuperação da Mogi-Bertioga vai levar um tempo maior, pois temos um trecho bastante erodido. E a recuperação da Rio-Santos de Boiçucanga em direção ao Sul pode levar um tempo enorme, não sabemos nem dizer quanto tempo — completou.

Na coletiva, o prefeito de São Sebastião disse que todo o processo de reconstrução do município será lento em função dos estragos nas estradas.

—Neste momento, sob comando do presidente Lula e do governador Tarcísio, nosso foco será buscar vidas — afirmou Felipe Augusto.

Lula desembarcou em São José dos Campos (SP) por volta das 11h. Em seguida, sobrevoou as áreas atingidas pelas chuvas com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O presidente se reuniu com Tarcísio no Teatro Municipal de São Sebastião, atual sede do gabinete de gerenciamento das ações de resgate e salvamento no Litoral Norte, para discutir as ações na região.

No domingo, pelas redes sociais, Lula colocou a Defesa Civil e as Forças Armadas à disposição do governo paulista e das prefeituras das cidades afetadas. O presidente disse que iria se reunir com todos os níveis de governo para atender feridos, buscar desaparecidos, restabelecer as rodovias, ligações de energia e telecomunicações na região.

Saques do FGTS

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira que a população das cidades atingidas pelas chuvas no litoral Norte de São Paulo tem direito ao saque do FGTS e prioridade para casas populares no programa Minha Casa Minha Vida.

— Nós vamos estar lá, acelerando, junto à Caixa Econômica Federal, para que essas famílias desabrigadas tenham direito a levantamento do FGTS, basta que sejam moradores das regiões de risco, das regiões que foram afetadas. Então, nós colocamos à disposição — disse Tebet.

Ao todo, são seis municípios em estado de calamidade pública devido aos temporais.

Em relação ao Minha Casa Minha Vida, a ministra disse que a medida provisória do governo que relançou o programa habitacional prevê, entre o público prioritário para receber as moradias, as "famílias desabrigadas que estão em estado de emergência ou de calamidade pública".

A ministra, que está no Guarujá, onde viajou a passeio, diz não há recursos no Orçamento para atender as necessidades do local. Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, a Defesa Civil tem R$ 579 milhões neste ano para atuar em situações de calamidade pública.

Já o Ministério dos Transportes tem R$ 8,8 bilhões disponíveis para recuperação e conservação de estradas, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Segundo Tebet, parte desses recursos será usada para socorrer e recuperar os municípios do litoral de São Paulo atingidos pelas fortes chuvas do fim de semana.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, determinou à Receita Federal que identifique mercadorias apreendidas que possam ser enviadas às vítimas das chuvas no Litoral paulista.

"São mais de R$ 11 milhões em roupas, calçados, itens de cama, mesa e banho, higiene pessoal, material de limpeza e utensílios de cozinha", escreveu Haddad em sua conta no Twitter.

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