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Bolsonaro se contrapõe a Lula e diz que nunca irá revisar reforma trabalhista nem controlar mídia

Na cerimônia para a retomada dos trabalhos do Congresso Nacional em 2022, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e da Câmara, Arthur Lira (PP), discursaram com recados sobre as eleições de outubro. Enquanto Lira e Pacheco defenderam o sistema eleitoral, a democracia e o respeito às urnas, Bolsonaro, […]

2 de fevereiro de 2022

Reportagem de: O Diário

Na cerimônia para a retomada dos trabalhos do Congresso Nacional em 2022, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e da Câmara, Arthur Lira (PP), discursaram com recados sobre as eleições de outubro. Enquanto Lira e Pacheco defenderam o sistema eleitoral, a democracia e o respeito às urnas, Bolsonaro, em clima de campanha, listou realizações de seu governo e se contrapôs ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao afirmar que nunca pedirá ao Congresso a revisão da reforma trabalhista nem controle da mídia.

Os ataques de Bolsonaro não estavam no discurso previsto para a mensagem ao Congresso Nacional. No Plenário, Bolsonaro não citou pessoalmente o petista, mas alertou os congressistas sobre as medidas defendidas recentemente pelo ex-presidente. Inicialmente, Bolsonaro disse que esperava que a regulação da mídia e da internet não fosse feita por “qualquer outro poder”.

— Os senhores nunca me verão pedir pela regulação da mídia e da internet. Eu espero que isso não seja regulamentado por qualquer outro poder. A nossa liberdade acima de tudo. Também nunca virei aqui para anular reforma trabalhista aprovada por esse Congresso, afinal os direitos trabalhistas continuam intactos no artigo 7. Sempre respeitaremos a harmonia e independência dos poderes — afirmou.
Nos últimos dias, o presidente tem criticado o Tribunal Superior Eleitoral sobre o que enxerga ser uma interferência do tribunal na ação de seus apoiadores na internet, seja por meio da desmonetização de canais bolsonaristas, seja pela prisão de aliados por ameaças ao Supremo Tribunal Federal.

— Não deixemos que qualquer um de nós, quem quer que esteja no Planalto Central, ouse regular a mídia. Não interessa por que, com qual intenção e objetivo. Nossa liberdade, liberdade de imprensa, está garantida em nossa Constituição e não pode ser violada ou arranhada por quem quer que seja nesse país — afirma.

No início do seu discurso, Bolsonaro também defendeu a atuação na pandemia e disse que o governo foi responsável pela distribuição das vacinas em todo o país. Ao subir a rampa do Congresso, Bolsonaro usava máscara e estava acompanhado dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo). Ambos tiveram desentendimentos com líderes do Centrão nos últimos meses.
Na solenidade, ainda estiveram presentes Marcelo Queiroga (Saúde), Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fabio Faria (Comunicações). Ao abrir a sessão, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu um minuto de silêncio em homenagem às mais de 600 mil vítimas da Covid-19.

Com o avanço da Ômicron, o Congresso retoma nesta quarta-feira os trabalhos de forma híbrida. A maioria dos parlamentares deve participar das atividades de forma virtual. Apesar disso, líderes da base e outros parlamentares comparecerem presencialmente à solenidade.

No plenário, parlamentares de oposição se ausentaram. Diferentemente de anos anteriores, Bolsonaro não foi vaiado. Ao contrário: ao final de sua fala, o presidente foi aplaudido pelos presentes.

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