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Bolsonaro recomendou a Moro que se demitisse, diz PF

Relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal mostra troca de mensagens inéditas entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A conversa, por telefone, indica que o presidente pressionou o ex-juiz da Lava Jato após se sentir contrariado com uma declaração de Moro à imprensa.O relatório da PF analisou […]

3 de setembro de 2020

Reportagem de: O Diário

Relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal mostra troca de mensagens inéditas entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A conversa, por telefone, indica que o presidente pressionou o ex-juiz da Lava Jato após se sentir contrariado com uma declaração de Moro à imprensa.O relatório da PF analisou conversas trocadas entre os dois entre 12 e 23 de abril – um dia antes de o ex-ministro anunciar sua demissão e acusar o presidente de interferir politicamente no comando da corporação para obter dados sigilosos.A conversa ocorreu no dia 12 de abril, quando Bolsonaro encaminhou notícia do jornal Valor Econômico na qual Moro diz que a polícia poderia prender quem descumprisse o distanciamento social na quarentena.“Se esta matéria for verdadeira, todos os ministros, caso queira contrariar o presidente, pode fazê-lo, mas tenha dignidade para se demitir. Aberto para a imprensa”, escreveu Bolsonaro a Moro. O então ministro respondeu: “O que existe é o artigo 268 do Código Penal. Não falei com imprensa”. O artigo 268 considera crime punível com detenção a quem infringir determinação do poder público que se destina a impedir propagação de doença contagiosa.Bolsonaro e Moro são investigados em inquérito aberto em abril no STF para apurar as acusações do ex-ministro sobre suposta interferência do presidente na PF. O Palácio do Planalto nega.Nesta quarta-feira, 2, a PF pediu a prorrogação do inquérito por mais 30 dias. O caso está sendo conduzido pelo ministro Celso de Mello, do STF, que está de licença médica. Uma das diligências que devem ser realizadas é o depoimento de Bolsonaro, ainda sem data e forma para ocorrer.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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